Há um livro do padre Fábio de Melo de uma sensibilidade ímpar chamado Tempo de Espera. Nele, um jovem acadêmico de filosofia que anda meio desacreditado da vida sofre uma decepção amorosa e acaba procurando um escritor e professor aposentado, começando a trocar experiências por cartas. O interessante é que depois de um tempo o jovem percebe que aquele professor aposentado era seu ídolo e um homem de grandes feitos, e acaba pedindo ajuda para conquistar o amor perdido.
A partir daí, começa uma jornada de aprendizado, na qual o professor ensina ao jovem a busca da felicidade através da simplicidade. O jovem, que é um pouco metido, questiona ao professor o porquê de ele ter abandonado uma vida de tanto sucesso e realização, a mesma que queria para ele mesmo, ao passo que o professor retorque afirmando que o sucesso vem da fé, do amor próprio e ao próximo, através da contemplação dos milagres da vida. Vale muito a leitura.
Os dois tipos de sucesso, tanto da realização como da contemplação, dependem de tempo de espera, que é único para cada um. Se você tentar atropelar sua espera, acreditando que ela é a mesma do outro, seu concorrente, seu amigo, seu parceiro de vida, você vai acabar se frustrando e se angustiando. Aplicando aos concursos públicos, orientaria a, antes de buscar uma ilusória resolução imediata do seus problemas, olhar para si mesmo, questionar o que você realmente quer (sempre se questione) e se analisar para ver a maneira de evoluir, não só como estudante, mas fundamentalmente como pessoa.
Falando de coisas práticas, e tentando fugir ao lugar comum, antecipe o que pode ser antecipado sem prejuízos (na prática, fazer provas, por exemplo), mas dê tempo ao que precisa de tempo (a maturação de um método adequado a sua realidade). Trabalhando bem esses dois aspectos da sua vida concurseira, o final feliz de seu tempo de espera, como o do livro, estará próximo!